terça-feira, novembro 04, 2008

Ser o que é? - Posfácio

Ser? Ah! Desta vez com alguma organização inteligivel Na razão humana.
Não há muito para dissecar no facto (será?) de existirmos:


Somos pó (sim com letra minuscula e sem aspas) no entender da eternidade.
nada.
sombras
particulas em decomposição
passos na alfombra ou lá o que quiserem!
Precisamos do aconchego dos Deuses, das palavras, dos países, dos significados, das significâncias, das ciências, das familias, dos amigos e dos inimigos, do cinema e da literatura.
Somos abandono de nós mesmos e a dúvida! a dúvida é o que os resta, agarramo-nos a ela e com ela erguem-se os impérios de ciência! Estamos sozinhos e na imensidão do espaço aguardamos.
Abandonados pela genética. Agarramo-nos à dúvida e confundimo-la com o que somos. Somos. Somos?
Todas as coisas que temos, temos e temos! Corremos, gritamos, amamos, falamos
Amamos. A quem? Para quem?
.
o Ser é uma invenção. Já não somos tudo (ou nada d)o que fomos.
Tudo o que já vai acontecer. Aconteceu! Inevitavelmente estou morta. E o que digo, penso ou escrevo, amo ou sou, para que serve?
Tudo para tapar o buraco a que chamamos alma.
Fomos livres da eternidade e do existir. Logo e por agora vou dedicar-me a outras coisas. Se eu não existo, a internet muito menos!

6 comentários:

Sir Viriato disse...

Não consideraria isto um posfácio. Nem nenhum tipo de fácio. Além de que a própria autora escrever um posfácio do seu próprio texto é contra natura e raro.

"Se eu não existo, a internet muito menos!"

Porquê? há falhas aí no raciocínio. Tu não existes. Ser, pensar, sentir, existir é falso. Fazemos coisas. Para quê?

A internet não sente, não pensa,não é. Não faz nada. Não tem crises filosóficas, não tem crises ponto
E não tem alma.
Então ter tudo e não ter nada é não existir. Ou ter tudo é no fim de contas não ter nada? E se não pensasses? Podias ser? Já não terias esses propósitos ignóbeis todos que falas. E se não falasses?

Ah. Mas falamos. Pensamos. Somos. Temos que ser. Se não fossemos não poderias existir. Seria de uma responsabilidade enorme se de repente toda a humanidade deixasse de ser. E pois bem, a coisa mais parva certamente.

Conclusão: Nós somos a maior confusão que poderíamos imaginar, porque ironicamente somos também aquilo que imaginamos. Foi isto que aprendi com os teus textos.
E não acredito que consigas afirmar com toda a certeza esta salganhada toda que contra tua vontade acabaste por emaranhar mais.
És assim.

Maria Nariz disse...

LOOOOL
Acho que tens razão no que diz respeito a mim.
Mas no fundo não existimos. Querem que pensemos que existimos para que isto não se transforme numa anarquia. E para isso inventaram ainda o Céu, a Reencarnação (carnação faz lembrar carnificina), o Inferno, o Purgatório e o Limbo.
Para a eternidade, será que existimos? Não creio.

Sir Viriato disse...

Ah, mas isso aí são maneiras de nos refugiarmos. São maneiras fáceis de nos levarmos a crer que existe um significado por estar aqui. Assim como eu esforço-me na escola para ser uma pessoa de sucesso, O meu objectivo é salvar as crianças de África, etc.. Objectivos meramente guiadores da nossa própria existência. Se ficássemos para aqui especados, seríamos uma espécie de zombie, e aí talvez não existissem dúvidas que não éramos nada. O que era verdade, pois não haveria ninguém para colocar uma dúvida. Do princípio que há algo que coloca uma dúvida, há logo algo que vai responder a essa dúvida de uma maneira. E de outra. E de outra. E Deus criou o Céu. E a Terra. E o deu-se o Big Bang. E o meteorito matou os dinossauros. E Adão e Eva viviam no paraíso. E somos todos pó espacial..., etc.

Maria Nariz disse...

Mas não será da dúvida... será que somos superiores aos outros seres vivos por nos questionarmos?
E os animais, não vivem sem significado?
E quando preenchemos essa dúvida, esse desconsolo de não saber, com objectos?
Os animais completam-se com a existência.
A única coisa certa é a morte. Então existimos por medo?
Mas será que existir desta forma durante uns anos é existir? Os "meus" átomos existem à (ou será "há"?) muitos mais milhões de anos.
Existir é dentro ou fora?
Ser é corpo ou alma?
É os dois bem sei, mas o que é imortal?
Ah eu acredito no corpo. O corpo é imortal. Por isso a morte é verde. E os campos infinitos.

Sir Viriato disse...

Ah mas porque pensamos que somos superiores a outros seres vivos?
Porque pensamos que a única coisa certa é a morte?
Porque pensas sequer na existência?
Porque PENSAS.

"Existimos por medo?" É absurdo pensar nisso como um medo. Mas lá está. Pensamos.
"Ah eu acredito no corpo. O corpo é imortal. Por isso a morte é verde. E os campos infinitos." É quando finalmente vais ser?
Finalmente vais poder deixar de pensar?
Porque raio nós pensamos não é?
Se não pensássemos não teríamos esta discussãozita filosófica e estaríamos para aí a fazer o que tinhamos sido programados para...

Agora que vejo Pessoa tinha razão... Pensar cansa...
Mas também depende no que pensas..
E agora vou pensar em biologia, mais uma horita.. Adeus

Maria Nariz disse...

Não.
Eu não acho que é quando morremos que passamos a ser.
Não sou bem contra o pensar. Acho que não deviamos estar programados.
Mas será que pensamos? Ou apenas repetimos as ideias que lêmos? LOL
(Isto são outras conversas)
Eu apenas acredito no corpo, como algo, que a existir alguma coisa, exista. E exista para sempre, transforma-se no verde, no azul, no amarelo, transforma-se, decompõe-se.