sexta-feira, novembro 28, 2008

Pingo Doce:

"- Pizza com mozzarella de búfala, só se estiver menstruada."
Carlos

terça-feira, novembro 25, 2008

Citação

"Os sem-abrigo às vezes imitam Deus" (Jesus)
de John Mary

domingo, novembro 23, 2008

Festas

Festas. Fico sempre deprimida nas festas. A animação à minha volta e os medos dentro de mim. Música, gritos, pessoas, risos, guinchos, jogos, confusão, confusão, correria, música, risos, pessoas. E eu sozinha, mais do que nunca, apenas com as minhas cismas e anseios. Toda a gente à minha volta e eu com medo da solidão, do fracasso, da mediocridade, da vida, da morte. Do fim.

Festas. Há sempre uma altura, depois das surpresas, dos cozinhados, dos preparativos, das expectativas, quando deixo de ter coisas a fazer e a correria acaba, em que eu deixo de ter um lugar ali. Risos e eu parada, jogos e eu num sorriso amarelo, piadas e eu a vaguear sem ouvir. E vou de um lado ao outro da sala, de um lado ao outro da casa, à procura de algo errado a precisar de arranjo, de alguém a precisar de ajuda. Sento-me e observo. Levanto-me e percorro a sala. Até que me isolo num canto, parada. Até que saio e fico à porta. A festa lá dentro e eu no corredor frio. A festa lá dentro e eu cá fora, lugar que me pertence e a que eu pertenço muito mais do que àquela multidão. E eu cá fora, a ouvir a música através da porta fechada, a ouvir os gritos e os risos e as notas e os moches e a música, tudo longe, no mundo. E eu com medo que o tempo passe e eu me esqueça, com medo do simples passar do tempo e eu sem o conseguir agarrar. E eu com medo que tudo arda e expluda.

O natal é a maior das festas e a razão dos meus medos.

quinta-feira, novembro 20, 2008

Mapas da Realidade?

Enquanto adolescentes, felizmente descobri que nem todos, é bom haver diversidade, queremos queimar os mapas dos nossos avós, muitas vezes os dos nossos pais, dos professores e todos os mapas que, de qualquer forma, nos mantenham contidos num espaço mais pequeno que o Universo. O problema é que queimar um mapa é acrescentar uma rua no nosso GPS mental.

Quando renegamos um mapa criamos outro, numa sequência de espelhos que se reflectem para o infinito.

O que é um mapa da realidade? Ah!

Talvez a cultura se encaixe nisso. Mas eu penso que tem tudo a ver com preconceitos, ideias em forma de naprons, cães de loiça, bibelôs ou canadianas.
Parece que também lhe metem a literatura, o cinema, talvez a ciência e o particular pelo todo. Parece que é feito de metáforas que fazem do oceano mental algo com profundidade suficiente para afogar uma pessoa que não saiba nadar.

Que há de complicado com a realidade?

Não sabemos é o que havemos de fazer connosco.

Mapas para jantar, mapas para rir, mapas para respirar, para falar, para amar, para nascer, para morrer, para cagar, pessoas-mapa.

E no fundo escapa-se-nos a transcendencia da existência. Ficamos só com um nó na cabeça, que nem sequer é o da forca, não serve completamente para nada (mesmo que servisse não o conseguiríamos enfiar no pescoço).
Tomamos o particular pelo todo, a metáfora pelo que existe, a clorofila pelo verde. Mas a vida é feita das coisas que são. Podemos trocar a verdade por teorias corroboradas, mas a realidade faz-se da intuição.

De meu nem o nome, nem os ódios, nem os anéis de divórcio, nem esta constipação emocional-intelectual-casual. constipação dos Movimentos. Esta falta de sono constante. Este nojo. Este ódio (mais pequeno que todos os outros).

Os mapas são de papel e mesmo os GPS têm de reajir com o Oxigénio de qualquer maneira, pelo menos reagem com o tempo.

Pedia desculpa, até pedia. Mas isto é o Krudélia.

Preciso de ajuda pois no fundo sei que não entendo nada de mapas da realidade, qualquer colaboração de qualquer forma será bem-vinda.

quarta-feira, novembro 05, 2008

Venerem-me

Administrar, é como um fogo que arde sem se ver
É uma mão invisível que modera e consente
É um poder absorvente
Como um deus omnipontente.

O Administrador é um moderador
Modera tão completamente
Que chega a moderar os posts
Que ele criou anteriormente.

E os que lêem o que modera,
Na alteração sentem bem,
Não o que tinham escrito,
Mas aquilo que foi mudado também.

E assim nas calhas do blog
Gira para impedir o desacato
Essa mão do administrador
Que se chama Sir Viriato.

terça-feira, novembro 04, 2008

Ser o que é? - Posfácio

Ser? Ah! Desta vez com alguma organização inteligivel Na razão humana.
Não há muito para dissecar no facto (será?) de existirmos:


Somos pó (sim com letra minuscula e sem aspas) no entender da eternidade.
nada.
sombras
particulas em decomposição
passos na alfombra ou lá o que quiserem!
Precisamos do aconchego dos Deuses, das palavras, dos países, dos significados, das significâncias, das ciências, das familias, dos amigos e dos inimigos, do cinema e da literatura.
Somos abandono de nós mesmos e a dúvida! a dúvida é o que os resta, agarramo-nos a ela e com ela erguem-se os impérios de ciência! Estamos sozinhos e na imensidão do espaço aguardamos.
Abandonados pela genética. Agarramo-nos à dúvida e confundimo-la com o que somos. Somos. Somos?
Todas as coisas que temos, temos e temos! Corremos, gritamos, amamos, falamos
Amamos. A quem? Para quem?
.
o Ser é uma invenção. Já não somos tudo (ou nada d)o que fomos.
Tudo o que já vai acontecer. Aconteceu! Inevitavelmente estou morta. E o que digo, penso ou escrevo, amo ou sou, para que serve?
Tudo para tapar o buraco a que chamamos alma.
Fomos livres da eternidade e do existir. Logo e por agora vou dedicar-me a outras coisas. Se eu não existo, a internet muito menos!

domingo, novembro 02, 2008

sábado, novembro 01, 2008

«Que dia é hoje»


«Que dia é hoje


Que ar é este? Que cores? Que sensações? Eu já vi isto. Eu já vivi isto.

Aquele dia especial. Especial por nada. Apenas mais um dia. Um dia diferente. Um dia para me sentir assim e não doutra maneira. Estar com ela, fazer isto, fazer aquilo, comer isto, experienciar isto. Mas não isto. Não aguento assim. Perdi-me no dia. Agora assusto-me ao vê-lo desta outra maneira. Sem isto, sem aquilo, apenas assim. Não é mau. É PÉSSIMO! Seria bom.

Mas hoje não é bom. Simplesmente não é.

Chegar a casa.

Abrir uma porta. Abrir outra. E outra. Vejo-o. Sinto-o. Entreaberto. Não consigo. Tento-me esconder. Fecho uma porta. E a outra. E A outra. Por onde quer que olhe ele está lá. Está à vista, ao cheiro, ao tacto. Não dá.

Sento-me. E tento-me abstrair. No fundo sei que não vou conseguir, até ele acabar…
Nunca mais acaba. É óptimo. Mas não hoje. Hoje não. Talvez mude. Espero que mude. Vai MUDAR! É bom ser positivo. Mas não acredito nisso. Não hoje. Não nestes dias. Que são diferentes, mas que acabam por ser iguais.

Não devia ser assim. Está mal. Ninguém merece isto.

Ao escrever, ele vai mudando. Começa a resultar. Não posso é pensar. Sentir apenas, como se estivesse a acontecer. E está. Pouco a pouco, consigo fugir. Estou seguro. Mas não muito seguro. Qualquer fragmento deste sentimento que me atordoe a razão e estou feito.

Espero que dure até à parte boa. Aí já não me importarei e o dia até terá valido a pena.

Aí, que nunca mais chega, que está tão longe e tão perto.

Um toque no telemóvel.

Uma música.

Um mail.

Alguém.

Salvem-me.»


Um texto do Viriato, que ele pediu para ser postado no Krudélia.